
Impactos e incertezas provocados pela inteligência artificial
11 de jun de 2024
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Vivemos tempos de grandes incertezas para a vida cotidiana. A evolução tecnológica, sempre provocou rupturas inimagináveis ao longo do processo histórico. No entanto, no momento presente, a velocidade aumentou muito em termos de rupturas entre etapas tecnológicas e isso altera significativamente, principalmente, as relações produtivas.
A chegada da IA, é um típico exemplo de alterações profundas no contexto social provocadas por novas soluções tecnológicas em especial, aquelas que são apropriadas pela comunicação para propagar ideias e persuadir pessoas.
Nessa perspectiva é válido questionar nessas breves reflexões: o que, ou como serão os impactos para os indivíduos provocados por essas chamadas inteligências artificiais? Por enquanto, não há consensos. Entretanto, é certo de que quem se preparar para utilizar essas novas ferramentas com alta performance em seu campo profissional, obterá mais êxito, se comparado com quem não for capaz de perceber as diversas aplicações dessas novas técnicas.
Nesse campo, penso que já é possível refletir com um pouco mais de acuidade, principalmente, pelo suporte de algumas falas do Professor Adriano Mussa, Ph.D, em sua palestra, na jornada Be The Future II sobre impactos da IA. Concordo com ele que a inteligência artificial não vai substituir pessoas, as pessoas que não souberem utilizá-las serão substituídas, esses são aspectos que parecem fazer sentido.
A partir desses pontos destacados, já nos é possível perceber que poucas atividades ficarão de fora dessas disrupções provocadas pelo uso da inteligência artificial.
Vejo um gigantesco desafio pela frente se levarmos em consideração os países em desenvolvimento e suas mazelas político-administrativas. É bastante obvio que o ponto de partida na formação educacional é gritante se comparados com nações desenvolvidas. Essas, já inseridas originalmente na produção de insumos tecnológicos e detentoras das fontes geradoras principais de conteúdo para o restante do mundo.
Nesse campo, será necessário reduzir o foco, para não generalizar demais a análise, vamos nos ater a um pequeno recorte brasileiro que, recentemente, via IBGE/Pnad contínua, publicou que mais de 11 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, não estão estudando e nem trabalhando, não vou nem citar o infame adjetivo atribuído a esses cidadãos nos diversos canais de comunicação influenciados por um modismo vindo da Inglaterra “Not in Education, Employment or Training”, que deu origem ao termo pejorativo abrasileirado quando a eles se refere, prejudicando ainda mais esses indivíduos. Esses jovens que, muito provavelmente, estão de fora dessas oportunidades de utilização de novas tecnologias de aprendizagem e de aplicação profissional precisam ser considerados se quisermos fazer qualquer análise séria acerca do tema.
Esse ponto de partida interno no nosso país já demonstra claramente o tamanho do desafio para nossa sociedade no enfrentamento dessas questões. Não dá nem para falar em reforma do ensino ou mesmo de mudanças para atender essas demandas, com tanta gente de fora do processo. Ainda mais, nessa faixa etária fundamental para o desenvolvimento de qualquer local do mundo. Antes de pensar em quem será impactado negativa ou positivamente pelo surgimento da inteligência artificial, precisaremos refletir sobre o acesso básico de jovens em início de formação a esses novos meios tecnológicos de preparo profissional visto que as mudanças não irão diminuir de velocidade.
Muito provavelmente, algumas saídas e soluções poderão vir pela utilização em escala da própria evolução tecnológica em favor dessa juventude.
Um exemplo bastante alentador pode ser observado nos alunos de ensino médio da rede pública de Alagoas e, que foi relatado em artigo do Instituto Federal de Alagoas, introdução a inteligência artificial, demonstrando que independente da região do pais, se existir interesse político-administrativo, será possível introduzir essas novas ferramentas no cotidiano dos discentes, especialmente, com a abordagem sobre o campo de empreendedorismo, conforme bem demostrado no artigo, que pode ser ampliado com a compreensão e aplicação prática da IA no ambiente de educação formal. Para quem tiver interesse, o artigo pode ser lido na integra no link - https://sol.sbc.org.br/index.php/wei/article/view/20830/20656
Se já não há mais tempo para nos tornarmos grandes desenvolvedores nessa área, precisaremos correr para nos transformarmos em experts na aplicação estratégica desses novos mecanismos tecnológicos para gerar oportunidades de aprendizagem e trabalho.